Minha Esposa não gosta de sexo

O caso entre minha esposa e eu, é muito intricado e eu vou contar mais a frente. No momento, vou contar apenas sobre nossa vida sexual.

"Sexualmente" falando, nós éramos demais...

Antes de casarmos e até depois, por uns três anos, mais ou menos, foi sempre muito bom. No sexo, nos completávamos. Fazíamos muito e fazíamos bem.

Ela sempre comentando que finalmente sentia orgasmos, porque com os maridos anteriores ela nunca sentiu nada.

Eu acreditava nela, porque o pai dela sofria com isso. Havia muitos anos, não transava com sua esposa, porque ela odiava sexo. Dizia ela, na frente dele, inclusive eu mesmo ouvi muitas vezes:

-"Ainda vou arrumar um homem sem pinto pra mim!”

Eu cheguei a temer no início, porque eu adoro sexo, mas como a minha esposa fazia sexo comigo de uma forma tão espontânea e tão boa, eu afastei este temor de mim.

Tudo foi mudando aos poucos. O sexo já não era mais o mesmo, com seis anos de casados. Foi caindo o rendimento e principalmente a qualidade.
Ela foi se esfriando, já não havia criatividade por parte dela e já não aceitava minhas criatividades. Por fim, já não adiantava dar presentes ou sair pra passear. As preliminares passaram a ser motivo de briga, pois se eu encostasse nela, eu estava procurando briga.

Tinha outro na jogada, eu não tinha a menor dúvida. E passei então a vigiar.

Não descobri nada. Pior, descobri que não havia outro. Descobri que ela tinha deixado de gostar de fazer sexo.

Hoje ela não aceita nem tocar no assunto. Chamá-la de gostosa é ofensa. Abraços e beijos são proibidos. Rola um selinho de bom dia e outro de boa noite, todos os dias, mas isso mais pra manter aparências, ou por hábito mesmo.

Sexo hoje, depois de 16 anos juntos, somente uma vez ou menos por mês, mas é assim... Depois de alguns dias estafantes, eu vou ficando nervoso e sem perceber, começo a gritar com os animais, deixo de comer, vou me isolando e, acho que ela percebe. Então de uma hora pra outra, tira a roupa, deita-se na cama e pergunta se eu não quero. Abre as pernas, manda eu por camisinha e fica na "espreita"; se coloco a mão na bunda dela ela tira, se pego em seus seios ela esbraveja e tira minha mão, se tento beijá-la vira o rosto... Enfim, uma boneca seria mais quente.

Já disse isso a ela e já pedi, inúmeras vezes, que procurasse um médico, mas ela tenta convencer-me que o problemático sou eu, que sou tarado, etc.

De três meses pra cá, já vem falando igual sua mãe, usando com certa freqüência as palavras "eu não gosto de sexo", como se isso fosse perfeitamente normal.

O problema é: - Eu sou obrigado a ficar sem sexo?

Até para sair e buscar fora, o que não tenho em casa, o ânimo acabou.

Estou me tornando um homem sem controle da própria vida. Uma pessoa sem perspectiva, sem ânimo para continuar a sonhar.

Não é fácil, olhar para aquela mulher, bem torneada, gostosa, com a capacidade de fazer tanto por mim e comigo, como já fez, e saber que tenho de me conter, ou a briga vai rolar.

Outro dia, depois de dar muitas indiretas, de que já não estou agüentando mais a situação, pois falar diretamente é “proibido”, ouvi novamente a tal frase, “... não gosto de sexo”.

Perdi o controle e a razão...

Acabei gritando com ela, pedindo que, pelo amor de Deus, não repetisse isso nunca mais. Disse que isso é a maior desgraça de minha vida e que ter de ouvir isso, era como sentir um grande “tapa na cara”.

Realmente é mesmo. A dor é muito grande. O sentimento de impotência e fracasso vai tomando conta de mim. O sangue vai subindo à cabeça e a vontade de chorar é inevitável.

Do nada, de repente aparece, talvez em substituição ao desejo sexual, uma depressão tremenda. Um desejo de acabar com tudo aquilo, uma desvalorização total de minha vida, do passado e um ódio mortal do meu futuro, por saber que não farei nada a respeito. Afinal, já fiz tudo que dependia de mim, e sei que o problema não está em mim.

È hediondo, estar com a pessoa que amo, desejá-la imensamente, saber que ela pode corresponder, pois já o fez, mas não poder tocá-la pela certeza de que ela tem enorme nojo de mim.

Ao ler isso, saiba que é muito sério.

Esta situação acaba com o homem, antes de acabar com sua própria vida.

Estou vivo, saudável, cheio de sonhos a realizar e a sonhar, mas o menor de todos os problemas se torna insolúvel, diante do simples desejo não correspondido.

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Edison Mendes © 2012